O
concreto é um produto composto por cimento,
areia, brita, água e aditivos.
A chamada pasta do
concreto ou da argamassa é a mistura de cimento e
água.
Embora elemento
necessário, a água pode ser um grande inimigo do
concreto se utilizada indevidamente. Existem dois
pontos que devem ser analisados: a quantidade e a
qualidade da água empregada.
A água tem
fundamental importância no concreto, visto que o
cimento, quando hidratado, sofre uma reação química
exotérmica (emite calor) que resulta no seu
endurecimento. Entretanto quando existe na massa
do concreto mais água do que o cimento necessita
para endurecer, este excesso não é absorvido na
reação e “sobra” água no concreto.
Quando o concreto
ainda se encontra na fase plástica, concreto
fresco, uma parte desse excedente de água migra
do interior para a superfície da massa do
concreto, formando canalículos no seu interior.
Depois de endurecido e da perda de toda a água de
amassamento por evaporação, o concreto apresenta
vazios no formato de bolhas e canalículos, que são
os responsáveis pela redução de resistência e
impermeabilidade do concreto.
Abaixo apresentamos
o resultado de ensaios feitos pelos professores
Paulo Helene e Paulo Terzian, ambos pesquisadores
da IPT/USP, em que foram comparadas diversas
amostras de mesmo traço, variando apenas a relação
água/cimento, onde pode-se observar a grande
influência desse fator na resistência no
concreto ou da argamassa.
O fator água/cimento
( a/c) é a relação entre o peso da água e do
cimento empregados na mistura.
Tipo
e classe
do cimento
Fator
a/c
(kg/kg)
Resist.
média à compressão em MPa para idade de
3
dias
7
dias
28
dias
91
dias
CP32
0,38
0,48
0,58
0,68
0,78
23,1
16,7
12,0
8,7
6,3
31,1
23,8
18,1
13,8
10,6
42,2
34,3
27,9
22,7
18,4
49,8
41,8
35,0
29,3
24,6
AF32
0,38
0,48
0,58
0,68
0,78
20,7
14,2
9,7
6,6
4,5
30,7
22,8
17,0
12,6
9,4
50,2
39,8
31,6
25,1
19,9
61,5
50,9
42,2
35,0
29,0
Por isso deve ser
respeitado o fator água/cimento estabelecido no
projeto para o traço que se deseja utilizar e
consequentemente para a resistência que se deseja
obter.
Quanto à qualidade
da água empregada, esta é de fundamental importância
principalmente no concreto armado, onde a presença
de cloretos pode provocar corrosões importantes
das armaduras.
Além da água de
amassamento o problema da utilização de águas não
potáveis também se torna grave na cura dos
concreto, devido à sua constante renovação.
Existe um dito
popular no meio da construção civil, de que
"a água boa para o concreto é aquela que se
pode beber". Embora com um certo rigor esse
cuidado pode e deve ser tomado quando não se dispõe
de uma análise química da água a ser empregada.
De acordo com a
NBR-6118, a água a ser empregada no preparo do
concreto deverá ser isenta de teores prejudiciais
de substâncias estranhas, presumindo- se satisfatórias
as águas potáveis e as que possuam pH entre 5,8
e 8,0 e respeitam os seguintes limites máximos:
Os limites acima
incluem as substâncias trazidas ao concreto pelos
agregados.
No caso de não ser
atendido qualquer dos limites, a água só poderá
ser utilizada se obedecer a recomendações e
limites decorrentes de estudos prévios em laboratório
nacional idôneo.