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Áreas de Alta Poluição Atmosférica Urbana

As fontes antrópicas de poluição atmosférica são as mais variadas: processos industriais de extração e transformação; processos de geração de calor industrial; queima de resíduos; transporte, estocagem e transferência de combustíveis; veículos motores e outras fontes móveis; etc.

A poluição do ar provoca doenças respiratórias (asma, bronquite e enfisema pulmonar) e desconforto físico (irritação dos olhos, nariz e garganta, dor de cabeça, sensação de cansaço, tosse), agrava doenças cardiorespiratórias e contribui para o desenvolvimento de câncer pulmonar. Esses problemas de saúde - relacionados à poluição atmosférica por vários estudos epidemiológicos e toxicológicos, até mesmo reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde - têm alto custo social, com gastos no tratamento de saúde, perda de horas de trabalho e redução da produtividade.

 

Além disso, a poluição atmosférica provoca a deterioração de materiais (borracha, materiais sintéticos, couro, tecidos, metais e outros), o que implica em prejuízo econômico, devido à necessidade de sua substituição e/ou manutenção. O desenvolvimento das atividades agropecuárias também é afetado, o que vai desde diminuição da resistência das plantas a doenças e pragas até o acúmulo de poluentes tóxicos nos animais e sua transferência a outros seres, por meio da cadeia alimentar.

 

O crescimento demográfico das últimas décadas resultou no espantoso contingente humano concentrado nas cidades. Hoje, segundo dados das Nações Unidas, quase metade da humanidade vive nas cidades e a população urbana está crescendo duas vezes e meia mais rapidamente que a rural. A concentração das pessoas e dos processos produtivos nos centros urbanos tem como principal conseqüência o aumento da poluição atmosférica em níveis espantosos.

 

No Brasil, como na grande maioria dos países em desenvolvimento, os índices de urbanização são altos. Com um índice de urbanização de 55,92% na década de 70, os níveis chegaram a 75,59% em 1991, sendo que o Sudeste, região mais desenvolvida do país, apresentava, no mesmo ano, um nível de 88,02%.

 

Esse crescimento acelerado nas última décadas, na sua grande maioria desordenado, acarretou fortes pressões nas zonas urbanas. Tal fenômeno combinado com o processo de industrialização implica, obviamente, em altíssimos índices de poluição atmosférica urbana, atingindo milhões de pessoas.

 

O problema de poluição atmosférico mais sério verificado no Brasil é a emissão de material particulado pelas indústrias e pelo setor de transportes, em contraste com outros lugares do mundo, cuja maior emissão é relacionada à queima de carvão. As partículas mais danosas são aquelas iguais ou inferiores a 2,5m g/m3. Entretanto, as informações disponíveis apenas permitem estipular a emissão de partículas iguais ou superiores a 10m g/m3.

 

Recente estudo do Banco Mundial, que se ocupou do mapeamento dos principais problemas urbanos do Brasil, apresenta dados sobre a poluição atmosféricas nas grandes cidades, com ênfase nos materiais particulados emitidos por quatro fontes: veículos movidos a diesel, veículos movidos à gasolina, pequenas indústrias (com menos de 50 empregados) e grandes indústrias (com mais de 50 empregados).

 

 

15 Municípios Maiores Emissores de Material Particulado10m g/m3 (PM10).

 

Município (Estado)

Pop.

(1.000)

Total PM 10 (t.)

Transp. PM10 (t.)

Transp. % do total

Ind. PM10 (t.)

Gr. Ind. % do total

Peq. Ind. % do total

São Paulo (SP)

9.646

41.204

24.081

58

17.123

41

1

Rio de Janeiro (RJ)

5.481

16.684

9.727

58

6.957

41

1

Belo Horizonte(MG)

2.020

10.140

4.934

49

5.206

50

1

Curitiba (PR)

1.315

9.759

6.053

62

3.706

36

2

Porto Alegre (RS)

1.263

6.107

4.694

77

1.413

21

2

Salvador (BA)

2.075

6.104

4.796

79

1.308

19

2

Brasília (DF)

1.601

6.089

3.628

60

2.461

39

1

Volta Redonda (RJ)

220

5.833

390

6

5.443

93

1

Manaus (AM)

1.012

5.480

3.680

67

1.800

32

1

Campo Grande (RS)

526

4.603

3.964

86

639

13

1

Recife (PE)

1.298

4.542

2.048

45

2.494

52

3

Itapeva (SP)

82

4.515

112

2

4.403

97

1

Cubatão (SP)

91

4.406

238

6

4.168

90

4

Sete Lagoas (MG)

144

4.316

334

8

3.982

92

1

Guarulhos (SP)

788

4.228

2.020

48

2.208

50

2

Fonte: World Bank. "Brazil: Managing Pollution Problems". Annexes.p.10.

 

De acordo com esse estudo do Banco Mundial, calcula-se que o custo de cada vida salva com a redução de emissões de particulados nas áreas metropolitanas das grandes cidades varie de US$10.000 a US$25.000 por indústria e de US$50.000 a US$85.000 para os veículos a diesel.

 

A estratégia de controle de particulados finos é complicada devido aos complexos processos atmosféricos que causam a poluição. O dióxido de enxofre, por exemplo, não representa um problema nas grandes cidades. Entretanto, emissões de enxofre participam da formação de sulfatos que correspondem a boa parte da poluição de particulados.

 

Não se tem uma idéia clara da gravidade da poluição atmosférica dos grandes centros urbanos brasileiros devido à limitação de informações a tal respeito. Por exemplo, não há dados sobre o ozônio de superfície, resultante de emissões de óxidos de nitrogênio e de hidrocarbonos, principalmente de fontes veiculares, que ainda contribuem com a emissão de monóxidos de carbono e aldeídos.

Os níveis de poluição das grandes cidades brasileiras, em muitos casos, seguem bem acima dos padrões aceitos internacionalmente. Os níveis médios anuais das concentrações de material particulado suspenso em São Paulo e Rio de Janeiro são superiores aos níveis verificados em outras grandes cidades mundiais como Seul, Los Angeles, Buenos Aires, Nova Iorque, Tóquio e Londres.

 

 

Qualidade do Ar em Cidades Selecionadas

 

Médias das estações por diversos períodos

PM 10

(m g/m3)

SO2

(m g/m3)

Diretrizes da OMS e padrão ambiental para a média anual

50

40

Área Metropolitana de São Paulo (SP)

70

20

Cubatão (SP)

90

15

Rio de Janeiro (RJ)(Bacia III)

88

38

Belo Horizonte (MG)

37

n.a.

Contagem (MG)

48

25

Betim (MG)

40

13

Porto Alegre (RS)

54

23

Volta Redonda (RJ)

66

n.a.

Fonte: World Bank. "Brazil: Managing Pollution Problems". Volume I: Policy Report. p.7.

 

 

Nos últimos anos, programas ambientais têm sido implementados com o objetivo de mitigar o nível de emissões poluentes. Contudo, como um dos países em desenvolvimento mais industrializados e urbanizados, muito ainda tem a ser feito nessa área no Brasil.

 

 

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