As janelas são
consideradas componente das edificações, embora
elas, em si, sejam um sistema de partes fixas e móveis,
constituído por diversos componentes que se
encaixam ou se ajustam para permitir o seu
funcionamento. Elas são projetadas com as
seguintes finalidades:
1- controlar a iluminação ambiente;
2- promover uma ventilação adequada;
3- impedir a penetração de águas pluviais e
ventos;
4- isolar o ambiente do ruído externo;
5- oferecer segurança contra entrada de pessoas
estranhas e animais;
6- oferecer conforto na sua utilização e no seu
manuseio.
1- Controlar a Iluminação Ambiente:
As janelas com
panos de vedação transparentes ou translúcidos
devem proporcionar ao ambiente uma iluminação
adequada às atividades dos ocupantes.
Devem ser
dimensionados os vão das janelas na razão de 1/8
da área do piso para compartimentos de utilização
transitória, quais sejam vestíbulos, salas de
entrada, de espera, cozinhas, instalações sanitárias,
depósitos, e outros de destinação semelhante.
Nos compartimentos de permanência prolongada como
quartos, salas, lojas, gabinetes de trabalho,
escritórios, consultórios, copas e salas de
jantar, a área dos vãos deve ser de 1/6 da área
do piso.
2- Promover ventilação adequada:
Não é aconselhável
que as janelas confiram estanqueidade total ao ar,
a menos em situações de interesse específico. A
vazão do ar através da janela deve sempre
existir, de forma a permitir uma troca de ar que,
no mínimo, garanta condições de salubridade ao
ambiente. Essa vazão, entretanto, não deve
permitir perdas excessivas de calor no período do
inverno, de ar refrigerado em ambientes
condicionados artificialmente, ou ventos
excessivos direcionados de fora para dentro que
provoquem desconforto aos usuários.
As janelas devem
permitir ventilação de pelo menos a metade da
sua área total. Prefira as básculas, máximo-ar,
às janelas de correr.
3- Impedir a penetração de águas pluviais:
As janelas, embora
devam permitir penetração controlada de ar, não
devem permitir a penetração de águas pluviais.
Todos os dispositivos devem ser projetados e
construídos de forma a garantir estanqueidade à
água.
Devem existir proteções
na fachada, tais como beirais, pingadeiras,
ressaltos e outros detalhes construtivos que
evitem os excessos de águas de chuva que se
formam na superfície das fachadas e se projetam
sobre as janelas.
No caso de
basculante estes não devem ter folgas muito
grandes nas suas partes móveis, e devem ter
pingadeiras horizontais e verticais, com dimensões
de forma a cobrir bem a peça adjacente. A parte
inferior não deve ser móvel, para fixação da
alavanca de manejo.
Nos basculantes em
cantoneira de ferro as cantoneiras de montagem terão
seus cantos internos bem recortados, não contendo
restos de solda ou tinta que venham a impedir seu
total fechamento. Os grampos de fixação serão
em rabo de andorinha, chumbados na alvenaria com
argamassa de cimento e areia traço 1:3, sendo no
mínimo em número de dois em cada lado da
esquadria, espaçados aproximadamente 60 cm.
Nos caixilhos de
correr as folhas móveis deve ter nas laterais e
na parte superior boa superposição dentro dos
rebaixos dos montantes e sobre as folhas fixas. Os
trilhos rebaixados terão dispositivos para
esgotar a água com facilidade.
Nas janelas tipo
guilhotina, os rebaixos em volta do montante que
servem como guias e encaixe das folhas, devem ser
bastante profundos (no mínimo 15 mm) e ter pouca
folga para as folhas, para impedir a penetração
de chuva com o vento. A superposição da folha
externa sobre a interna deve ser bastante grande e
com pouca folga entre elas.
No caso dos
peitoris de massa o revestimento deve sempre
passar por baixo da janela, nunca deixando uma
junta entre esta e o peitoril.
Os peitoris terão
uma boa inclinação para fora. Os peitoris em
pedra devem ficar salientes em relação ao
revestimento externo, com pingadeira eficiente.
Em todos os tipos
de janelas as folhas ou caixilhos devem ser
milimetricamente esquadrejados de forma a permitir
o seu perfeito funcionamento.
4- Isolar o ambiente de ruído externo
Independentemente
do seu tipo, as janelas devem representar uma
barreira à penetração de ruídos gerados no
exterior do edifício.
Este item está
ligado ao projeto total da esquadria e ao seu
fabrico. Se bem ajustada, com todas as partes se
encaixando perfeitamente, além de vidros bem
dimensionados para os vão, a janela tende a
promover um bom isolamento ao ruído externo.
Em casos especiais,
onde o nível de ruídos externos é extremamente
elevado, poderão ser projetadas de modo a
oferecer alto grau de isolação acústica,
mediante a adoção de vidros duplos, caxetas e
outros dispositivos especiais.
5- Oferecer segurança
Nos basculantes os
vão da partes móveis não devem ter largura
superior a 15 cm de forma a impedir a entrada de
pessoas.
Nas janelas de
correr deve-se prever, além do puxador com
fechadura, um dispositivo para cadeado.
As venezianas das
janelas de madeira não devem ter largura superior
a 40 ou 50 cm. Se necessário devem ser divididas
com um montante central.
6- Oferecer conforto na sua utilização e no
seu manuseio
As janelas, durante
sua vida útil, serão operadas a fim de conferir
aos usuários as condições mais favoráveis de
conforto para as atividades a serem realizadas no
aposento. O manuseio das folhas móveis deve ser
de grande facilidade, requerendo o mínimo de
esforço do operador.
É necessário um
ajuste perfeito entre as peças e devem existir
folgas mínimas, apenas as necessárias ao seu bom
funcionamento.
De acordo com o
tipo de janela, suas folhas podem sofrer esforços
inadequados devido às condições normais ou
anormais de funcionamento. Por isso devem ser
projetas e construídas de forma a suportarem
esforços sem se deformaram de maneira permanente,
prejudicando seu funcionamento, nem permitirem a
deterioração de alguns de seus componentes ou
quebra de vidros.
Assim como no caso
do isolamento ao ruído externo, a esquadria bem
projeta e fabricadas tendem a oferecer conforto na
sua utilização.