Aqui falaremos um
pouco do que é o curso de arquitetura e urbanismo
de como o profissional trabalha.
O curso no Brasil é ministrado normalmente em
cinco anos. Desde o primeiro ano, o aluno começa
a ter uma base geral de como "projetar",
mas o que seria projetar?
Há quem diga que o arquiteto apenas desenha casas
e edifícios, mas a profissão vai muito mais além
de desenhar, a palavra mais correta, seria
projetar, não só pensando que ali vai ter uma
porta ou uma janela, a cozinha ali e a sala aqui
do lado. Projetar não é só definir quais
ambientes e posicioná-los de uma maneira legal.
Projetar é entender o funcionalismo da coisa, é
desenhar em função do que se deseja obter,
dependendo do tipo de construção, projetar,
muitas das vezes, engloba muito mais conhecimento
estético que funcional (ler debate funcionalismo
x forma).
Dimensionar espaços, ajustá-los ao modo de
viver, seguir alterações e desenvolvimento
tecnológico, escolher melhor material para
revestimento, acabamentos, pintura, etc., tudo
isso o arquiteto tem por obrigação de está
sempre em dia.
Durante os primeiros anos de curso, o aluno pode
ainda se perguntar se 2 por 1.5 está legal para
uma banheiro, ou se uma prateleira de 50cm na
despensa pode acomodar seus mantimentos. Só que
isso ainda não é projetar, não é só
dimensionar um ambiente ou um móvel e se dar por
terminado, projetar poderia por uns até ser
determinado como inventar, mas inventar dentro do
necessário, dentro do que se pede, ou do que se
pretende obter. Por que criar um banheiro com 2
por 1.5 se podemos desenhar linhas curvas, arcos e
elipses? Por que não dar aos ambientes uma forma
mais agradável do que aquela "caixa de
sapatos", como geralmente definimos.
Mas também não é apenas os projetos "não-caixas"
que servem, existem muitos e quase todos estes,
com a mesma função, mantendo em muitos deles, a
estética, o lado artístico do projetista. Para
falar a verdade, existem muitos projetos
"caixa" melhores em todos os termos do
que projetos "não-caixa"!
Bem, assim é o arquiteto, não é somente com a
forma que se deve preocupar, é ainda com toda a
parte financeira, por menor que seja o detalhe,
mas o quanto mais barato a obra for para o
cliente, melhor seu desenvolvimento com o próprio
cliente, e com os futuros clientes. Um exemplo de
detalhe, mínimo, mas que pode diminuir alguns
centavos (nem que seja assim) na obra, como, se
possível, manter todas as tubulações de água
do banheiro, em uma só parede. E daí levantamos
outra questão; temos sempre que manter todos os
vasos, chuveiros, na mesma parede? Claro que não,
pois se levarmos em conta todos esses detalhes, e
outros ainda, seremos impossibilitados, de um
certo ponto de vista, de projetar, de criar
ambientes, de criar espaços! Devemos criar,
projetar, aquilo que mais convém; aquilo que em
primeiro lugar, o cliente pode ter, depois que
seja de seu agrado, que não o pressione até
mesmo psicologicamente.
Agora imagine levantar uma obra como um shopping
ou um hospital sem um projeto. Como iniciar a
obra? Qual o primeiro passo? Quais ambientes
colocar? Quantos? e se precisar aumentar no
futuro, tem como?
Com essas perguntas, melhor defino um projeto, ou
seja, é a idéia, o pensamento, a própria obra,
só que desenhada, projetada! Seguindo regras,
para melhor impor o conforto ambiental e visual.